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As festas de largo de Salvador e suas contradições são a paisagem predominante de Looping: Bahia Overdub, uma plataforma de dança que emerge no encontro entre pensamento sonoro e pensamento coreográfico.

Looping: Bahia Overdub é uma criação colaborativa de Felipe de Assis, Leonardo França e Rita Aquino. Suas práticas interdisciplinares atravessam a dança, o teatro e a música articulando criação, produção, pesquisa, formação e curadoria em diferentes contextos. Integram atualmente o projeto os artistas independentes Bruno de Jesus, Fábio Osório Monteiro, Ícaro Sá, Isaura Tupiniquim, Jaqueline Elesbão, Jorge Oliveira e Talita Gomes, todos com relevante atuação em Salvador, Bahia, além do técnico e assistente de produção Lucas Barreto de Sá. Fizeram parte da equipe de criação Mahal Pita, Flávia Couto e a TANTO Criações Compartilhadas.

“O projeto surge a partir de uma investigação sobre repetição e acumulação, procedimentos que relacionamos com uma discussão sobre a cultura, com suas reiterações e transformações, afirmações e deslocamentos. Utilizamos estes procedimentos tanto na composição coreográfica, quanto sonora”, define Rita Aquino, artista, professora e pesquisadora de dança.

“Looping: Bahia Overdub” foi indicado ao Prêmio Bravo! na categoria Melhor Espetáculo de Dança 2016. Foi também considerado pelo jornal O Globo, juntamente com “Ouriço”, solo assinado pelo artista da dança Leonardo França, um dos dez melhores espetáculos de dança que se apresentaram no Rio de Janeiro, em 2016. O espetáculo participou de importantes festivais e eventos, tais como Festival Panorama 25 anos (RJ), Cena Contemporânea Festival Internacional de Teatro de Brasília (DF), IC Encontro de Artes, Festival Internacional Vivadanca, Festival Latino Americano de Teatro da Bahia, A Dança Ocupa o Porto – Itacaré, Academia da Crise – Museu de Arte Moderna da Bahia e Amostrão Vila Verão no Teatro Vila Velha (BA).

O encontro entre som e coreografia está explicito na presença maciça das caixas de som, assinadas pela TANTO Criações Compartilhadas. As caixas funcionam como uma síntese: são ao mesmo tempo elementos cênico, objeto de pesquisa coreográfica e aparelho de transmissão sonora.

Leonardo França coloca em destaque o aspecto musical e complementa: “a auto-referência e o isolamento cultural são questionados, ao passo em que se abrem possíveis vinculações destas com outras manifestações culturais – como os paredões de reggae do Maranhão, o sound system do funk carioca e as aparelhagens de Belém do Pará. De fato, observamos um Brasil pulsante, que se reinventa… Que absorve e processa as diferentes influências da cultura de massa, lançando no mundo expressões artísticas singulares”.

A trilha sonora é desenvolvida ao vivo, determinando e sendo determinada pela pulsação do aqui e agora. Composta de fragmentos de referências da cultura afro-brasileira, a exemplo do Ijexá e os clarins do Afoxé Filhos de Gandhi, de células de músicas populares, como o tarol do samba-reggae ou a “violeira” do pagode, e sonoridades urbanas. A trilha provoca a relação com o público, que é convidado à participação.

“Looping propõe um espaço compartilhado entre artistas e espectadores, promovendo negociações de arranjos coletivos que articulam cumplicidade e risco. A força das referências culturais contribui para o participação do espectador, pulsando o público em direção à cena. Looping: Bahia Overdub é festa, dança e política”, observa Felipe de Assis, diretor teatral que, neste projeto, assume ainda a aparelhagem sonora, ao lado do músico Mahal Pita.

Mais informações: http://loopingbahiaoverdub.com

 

 

Sinopse

Looping: Bahia Overdub é festa, dança e política. As festas de largo de Salvador e suas contradições são a paisagem predominante de Looping: Bahia Overdub, espetáculo que emerge do encontro entre pensamento sonoro e pensamento coreográfico. Looping constitui um estudo do tempo: repetição e acumulação. Movimentos de tensão e distensão da cultura, através de procedimentos que organizam sonoridades, corpos e espaços. Assim como nas ruas, o que está em jogo são arranjos coletivos através de uma participação estético-política.

 

Ficha Técnica

Concepção e criação: Felipe de Assis, Leonardo França e Rita Aquino
Criação musical: Mahal Pita e Felipe de Assis
Músico: Ícaro Sá
Intérpretes-criadores: Bruno de Jesus, Fábio Osório Monteiro, Isaura Tupiniquim, Jaqueline Elesbão, Jorge Oliveira, Leonardo França, Rita Aquino e Talita Gomes.
Cenografia e identidade visual: TANTO Criações Compartilhadas
Figurino: Flávia Couto
Concepção de luz: Felipe de Assis e Rita Aquino
Consultoria técnica de áudio: Regivan
 Santa Bárbara
Assessoria de comunicação: Joceval Santana
Fotografia: Patrícia Almeida
Coordenação de produção: Felipe de Assis
Técnico e assistente de produção: Lucas Barreto de Sá